É hora de calar a palavra falada.
A palavra escrita permanecerá; pois ela é uma sobrevivente; mesmo quando não se há ameaça declarada, a palavra escrita será uma sobrevivente.
Calo-me por minha fala de mim pouco dizer. Contraditório? Mas nem por isso menos verdadeiro.
Há algum tempo evitava escrever, evitava deixar gravado, evitava registrar qualquer informação que me retrataria, e tentava viver cada momento em sua volaticidade de segundos. E para quê? Se segundos são tão ínfimos e tão ligeiros como o presente que se vai a cada instante tornando-se pretérito?!
Evitava tudo isso para encobrir-me de um falso contato, mascarado superficialmente de uma profunda necessidade de atenção – segundo certa percepção projetiva. De forma alguma refuto esta possibilidade, ¡ pero yo soy más que esto, hermano!
É hora de calar a palavra falada. Pois dela nunca fui tão afeito, apesar de me causar tremenda fascinação. É hora, pois não preciso de sua efemeridade, preciso apenas de sua expressão, que já a tenho. Então... calo-me.
3 comentários:
retornando aos blogs me deparo com este teu texto....
muito bom!!!!
Me lembrou do Oswaldo:
"Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo."
Seja bem vindo aos blogs, ao meu blog, a este mundo nada nada entediante!
Ora, um prazer recebê-lo viu!
Gostei...
"É hora de calar a palavra falada. Pois dela nunca fui tão afeito, apesar de me causar tremenda fascinação. É hora, pois não preciso de sua efemeridade, preciso apenas de sua expressão, que já a tenho".
Identifiquei-me incrivelmente com esta parte. Talvez seja por isso que sou tão amiga do silêncio.
Gostei das palavras. Entendo e concordo... Mas se vai calar a palavra falada, então eu quero mais palavra escrita, mais, mais, mais!!!
Beijoooos =***
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