quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Carta que nunca enviei

Escrevo muitas cartas. Tantas, que muitas delas serão lidas apenas por mim tempos mais tarde. E elas começam muitas vezes, assim... do nada, com o único propósito de comunicar algo que ainda nem sei ao certo o que seja quando as inicio. Hoje (25.09.2014) escrevo pensando em uma recente amiga que conquistei, e claro, penso em seu amigo que foi a causa desta aproximação.

Nossa história, a do amigo da amiga e minha, começou cheia de coincidências e nostalgias e de um fascínio prematuro que me fez ver apenas nossas semelhanças. Uma dessas coincidências nostálgicas, Laurice, foram as amizades de infância que cultivamos, seu amigo e eu. Temos amigas (as melhores) desde a criancice; amigas que nos conhecem tanto que basta um olhar para elas enxergarem nossas almas nas profundezas mais recônditas de nossas neuroses. A minha amiga, Denise, é a concretude de que meu amor é possível; o amor que vasculho em interessâncias alheias, que procuro em relações de momentos desencontrados e que sei que existe porque Denise é real, mas por estarmos, ele - seja lá quem for - e eu, em vibes distintas ou por não nos agradarmos mesmo do que vamos conhecendo no outro esse amor não acontece.

Seu amigo me cativou e isso não é novidade pra ninguém. O que é novo é esta minha percepção de como o momento dele está longínquo do meu. E isso só se deu a partir de nossas conversas por whatsapp e tomou forma quando a encontrei ontem; e neste momento não sei discernir o que sinto exatamente, só sei que hoje entendo o tédio que... – mas não quero falar tanto dele. Acho que já falei a você que o ‘problema’ é mais profundo e anterior a ele... tomemos cuidado, pois.

Ontem eu o stalkeei – ele sabe disso – e foi interessante porque percebi que realmente não tenho esta disposição toda para me tornar como o ex dele, e que sua reinteirada citação, Laurice, “porque ela não merece este prêmio” fez todo o sentido, em todas as direções: na minha, na dele, na do ex, na do(s) outro(s) e dei uma risada gostosa disso tudo. E foi graças a você.

Sei que era pra ser apenas uma carta para minha pasta ‘cartas que nunca enviei’, mas é além. É um agradecimento e um aperitivo para nossas futuras conversas.


É muito, muito bom conhecê-la.

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