Escrevo
muitas cartas. Tantas, que muitas delas serão lidas apenas por mim tempos mais
tarde. E elas começam muitas vezes, assim... do nada, com o único propósito de
comunicar algo que ainda nem sei ao certo o que seja quando as inicio. Hoje
(25.09.2014) escrevo pensando em uma recente amiga que conquistei, e claro,
penso em seu amigo que foi a causa desta aproximação.
Nossa
história, a do amigo da amiga e minha, começou cheia de coincidências e
nostalgias e de um fascínio prematuro que me fez ver apenas nossas semelhanças.
Uma dessas coincidências nostálgicas, Laurice, foram as amizades de infância
que cultivamos, seu amigo e eu. Temos amigas (as melhores) desde a criancice;
amigas que nos conhecem tanto que basta um olhar para elas enxergarem nossas
almas nas profundezas mais recônditas de nossas neuroses. A minha amiga,
Denise, é a concretude de que meu amor é possível; o amor que vasculho em
interessâncias alheias, que procuro em relações de momentos desencontrados e
que sei que existe porque Denise é real, mas por estarmos, ele - seja lá quem for - e eu, em vibes distintas ou por não nos
agradarmos mesmo do que vamos conhecendo no outro esse amor não acontece.
Seu amigo
me cativou e isso não é novidade pra ninguém. O que é novo é esta minha
percepção de como o momento dele está longínquo do meu. E isso só se deu a
partir de nossas conversas por whatsapp e tomou forma quando a encontrei ontem;
e neste momento não sei discernir o que sinto exatamente, só sei que hoje entendo
o tédio que... – mas não quero falar tanto dele. Acho que já falei a você que o
‘problema’ é mais profundo e anterior a ele... tomemos cuidado, pois.
Ontem
eu o stalkeei – ele sabe disso – e foi
interessante porque percebi que realmente não tenho esta disposição toda para
me tornar como o ex dele, e que sua reinteirada citação, Laurice, “porque ela não merece este
prêmio” fez todo o sentido, em todas as direções: na minha, na dele, na do ex,
na do(s) outro(s) e dei uma risada gostosa disso tudo. E foi graças a você.
Sei
que era pra ser apenas uma carta para minha pasta ‘cartas que nunca enviei’,
mas é além. É um agradecimento e um aperitivo para nossas futuras conversas.
É
muito, muito bom conhecê-la.
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