Na falta da fala, a mensagem do silêncio é retumbante; ecoa insolitamente pelo ambiente revelando muito mais que os discursos elaborados nas sutilezas dos vocábulos.
Ah! linguagem!
“Vida toda linguagem” na linguagem de Faustino a frase é perfeita sempre, por trazer consigo além da fala, a (im)perfeita representação da vida em versos.
Vida em verso, em prosa... em letras e melodias.
Em lágrimas e sorrisos.
Em saudades e no passado.
Linguagem simples, límpida, vívida e objetiva.
Linguagem em iminência de ser o que representa
E me dou conta que esta vida, a minha, já é linguagem e de alguma forma...
“Quando as sombras vão ficando compridas
Enchendo a casa de silêncio e preguiça
Nessas horas é que Deus deixa pistas
Pra eu ser feliz”
Leoni/Leo Jaime, Fotografia
“Mas eu denuncio. Denuncio nossa fraqueza, denuncio o horror alucinante de morrer e respondo a toda essa infâmia com exatamente isto que vai agora ficar escrito e respondo a toda essa infâmia com a alegria. Puríssima e levíssima alegria. A minha única salvação é a alegria. Uma alegria atonal dentro do It essencial.
Não faz sentido? Pois tem que fazer. Por que é cruel demais saber que a vida é única e que não temos como garantia senão a fé em trevas – porque é cruel demais, então respondo com a dureza indomável. Recuso-me a ficar triste. Sejamos alegres. Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade”
Clarice Lispector, Água viva
Pena a vida não ser assim tão objetiva!