domingo, 8 de março de 2009

Em plena tormenta, a bonança

“Você vai entender se eu disser que tenho medo e que preciso ir devagar?” Essa foi a tentativa de resposta após a noite de resoluções em claro. Ele realmente não esperara aquela proposta.
Sua consciência ainda agastada ora pelo cansaço, ora pela decepção, demorara mais que o costume para processar todas as informações das últimas quinze horas e conseguiu apenas uma breve procrastinação para a realidade emergente, quedando-se por mais quinze horas e o sono reparador indicou-lhe o caminho.

Todavia estava ele ainda empacado em tentativas. E tentará não se abater com as revelações recentes de acontecimentos pretéritos: isto é assunto de 2008 e permanecerá enterrado com o ano passado. As consequências permanecem, transformar-se-ão fatalmente com o passar dos dias, mas ainda permanecem...

Tentará mais uma vez. Temendo, mas tentará com todas as forças de seu coraçãozinho resoluto em seguir em frente.

...

“Ei! Olha pra mim” pede ele docemente, é atendido e se segue a interrogação.
“Porque teu olhar é bonito e ultimamente necessito ver coisas belas” ele responde objetivamente e nota o olhar singelo sob uma testa curiosa.
“É bonito sim. É um olhar que de repente se mostra...” ele esclarece e o olhar pisca e foge num relance.
“Não... não é tristeza que teu olhar mostra. É complicado explicar. Mas é quase um convite...”
Sorriem.

Ele começa então a imaginar que é possível a bonança vir em plena tempestade, pois é nesta tormenta de traições que se planta amor e chegam notícias da colheita de curas.
Ele traz um sorriso ainda cauteloso, mas acima de tudo agradecido pela vida.

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